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Candonga

Mercado negro de ideias da minha cabeça.

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Mercado negro de ideias da minha cabeça.

08 de Fevereiro, 2022

Cai Neve: Vodafone, Macron e apalpões virtuais

Bruno Gouveia

Podem ouvir o episódio aqui:

 

Nem era para lançar um episódio novo, mas estava aborrecido e quis comentar notícias do dia. Até gravei um jingle na casa de banho.

Disclaimer: poderão ouvir barulhos de um bebé ao fundo. É o meu filho, nasceu e agora faz beatbox para este podcast.

 

E aquela cena do ataque à Vodafone? Sem comunicações desde as 9 da noite de ontem. Bombeiros sem telefones, máquinas multibanco sem funcionar, ainda não consigo fazer chamadas. Mas pior, é que sem dados móveis não dá para ver pornografia na casa de banho do escritório. É que a mim não apanham a ir ao XVideos pelo wifi da empresa.

E o Macron? A tentar apaziguar as merdas lá na Ucrânia. A defender a Rússia e tal. Lembram-se quando eram putos e queriam andar à porrada e vinha sempre um amigo separar? Que irritante o gajo, deixa a malta andar ao soco! Se há vontade, vamos embora. Qual é a pior coisa que pode acontecer? Acabar o mundo? Se correr mal, há aí tanto planeta azulinho pra emigrar a raça humana. Desde que tenha internet e água quente, pra mim serve.

Não sei se ouviram esta. O Facebook, ou Meta ou lá o raio, quer colocar um perímetro de segurança à volta dos avatares digitais nas realidades virtuais lá deles. Os bonecos não vão poder aproximar-se mais do que 1 metro e pouco uns dos outros. Isto, segundo eles, para evitar apalpões virtuais. Pá, nunca tive pixeis a apalpar-me o rabo, mas de certeza que é melhor que dançar com viúvas numa danceteria.

07 de Fevereiro, 2022

Cai Neve: 8 dicas para ajudar a escolher o nome do seu electrodoméstico

Bruno Gouveia

A escolha de um nome para o novo eletrodoméstico lá de casa é, muitas das vezes, uma decisão difícil. Além do gosto pessoal, queremos dar um nome que tenha algum significado, sem nos deixarmos influenciar demasiado pelas sugestões de familiares e amigos próximos. Vou ajudá-lo a resolver esta questão de uma maneira suave, de modo a não lhe causar ansiedade nestes momentos desafiantes da vida.

Trago-lhe as top 8 dicas para ajudar a escolher o nome do seu eletrodoméstico.

Para parecer que são muitas e ajudar ao suspense, vou fazer contagem decrescente, a partir do 8, de 2 em 2, tirando a última que será o número 1 em vez do 0.

Número 8: o nome será chamado em público
Deve ter a noção que o nome que dará ao novo ajudante será, possivelmente, público. É provável que o mencione em momentos que tenham convidados em casa. Se não for uma preocupação desde o início, pode causar situações desagradáveis. Chamar um robô aspirador de javali pode ser ofensivo para os amigos vegetarianos, por exemplo.

Número 6: não deixe para a última hora
Às vezes não pensamos, antes de o adquirirmos, que aquele aparelho em específico precisa de um nome. Com a correria, o espaço de tempo entre o clique de adicionar ao carrinho e a chegada da encomenda, pode não ser suficiente para escolher o nome mais adequado. Tente saber de antemão que o novo device irá precisar de um nome e ter pelo menos uma lista de possibilidades antes de efetuar o pagamento.

Número 4: descubra o significado do nome
Pesquise nos motores de busca ou naquelas folhas A4 que se vendem em feiras de artesanato o significado do nome. Não deve passar da primeira página de resultados, isso aí já é perder demasiado tempo com uma coisa idiota.

Número 2: verifique se o nome não está amaldiçoado
É muito comum as pessoas escolherem nomes que têm sobre eles algum tipo de mau-olhado ou macumba. Para ter a certeza que tal não acontece, dirija-se a um espelho e repita 3 vezes o nome enquanto segura numa clementina sem sementes. Se não aparecer nenhum demônio ou anticristo no reflexo, pode seguir.

Número 1 : pense no encurtamento
É provável que, se o nome for longo, como Bielorrusso, por exemplo, irá começar a usar uma alternativa mais curta para se dirigir a ele. É bom ter isto em mente desde cedo, pois quando começar a chamar Biló ao robot de cozinha, pode ser tarde demais.

06 de Fevereiro, 2022

Febre da terceira dose

Bruno Gouveia

Ontem tomei a terceira dose da vacina, hoje acordei com febre, real ou imaginada. Segue-se o relato do meu pensamento perante tal condição.

 

Rebolo na cama para tentar falar com o corpo. Quero dividir-me em pequenas partes, pequenas bolinhas, como aquelas que davam estalinhos na língua dos gelados antigos. Tento sair do corpo mas os lençóis tépidos amarram-me a um imponente dormitar. Passa-me pelas vistas a assembleia da república e a vergonha de não estar, nem nunca vir a estar, lá. Um sopro desliza no coração, como que a percorrê-lo, tal escorrega de uma mina de sal. A seca do país reencontra-se na minha garganta e nem as chuvas do cantil a molham. Vejo tudo por um olho, tal pirata das picadas, filho imberbe das colmeias. Tudo faz e nada tem? O quê? Perguntas tu, de andarilho da rua, a carregar vasilhames de escudos, com a viseira colocada a meia haste. Os passos do gato são o despertar da nuca trémula.

06 de Fevereiro, 2022

Cai Neve: Bungee Jumping com um cão morto

Bruno Gouveia

A pergunta do momento: já tiveram sede? Para quê? Veio de lá um torniquete cheio de ferodo a mandar vir com o Passeio dos Alegres?

Não é fácil responder a isto. Nem a isto nem a outra coisa qualquer. Quando se enfia uma pedra pomes entre o anelar e o intestino, começa a cozedura em lume brando para não fazer farinha com o Telmo.

Nem me aquece nem sai de cima. Ou passa por aquele lado e, sem cumprimentar, espelha a resolução misteriosa do fim do dia na praia. Ai que é só mais uma e vou para casa. Até que enfim que decides arranjar maneira de te livrares da merenda. Se não gostavas dizias logo, não ias para o recreio com fatias de beiços enjaulados recebidos por ditadores.

Foi para isso que vim hoje. Fazer-vos a vontade. Mas não será sempre assim, um conjunto de disparates. Tudo isto bem analisado fará sentido e revelará, até, uma espécie de viagem astral à hipotenusa da consciência humana.

O tegumento é um disfarce. Pode calhar bem na medida certa. Não abusem dos lençóis de água, quem vos deu estes não vos dá outros.

06 de Fevereiro, 2022

Sem escrever / Vício dos videojogos

Bruno Gouveia

Há muito tempo que não passeava. Hoje fomos comer um gelado à baixa do Porto. Já não via pessoas há tanto tempo que fiquei surpreso com os seus comportamentos no seu habitat natural, nas passadeiras, no trânsito, nas lojas. Quando vejo o Natural Geographic não fico a pensar que os animais se comportam de forma awkward, apenas existem e vivem. Os seres humanos não. Atravessam estradas fora da passadeira, a olhar para o telemóvel; estacionam em cima do passeio e quando vêm que um carrinho de bebé não passa encolhem o espelho em vez de tirar o carro; aceleram o passo quando vêem que paramos para as deixar atravessar a estrada mas só aceleram um passo, depois voltam a andar normalmente. Ficar privado de ver pessoas dá-me agora este vislumbre pela espécie humana, é como se tivesse chegado a um planeta alienígena habitado por bichos estranhos e desenquadrados. Mas o gelado estava bom, o gaufre é que tinha sal a mais.

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Foi só isto que escrevi nos últimos três dias. Começa o sentimento de culpa. Caí nos videojogos. Já posso admitir que tenho um problema? Quando começo a jogar qualquer coisa, ignoro quase tudo à minha volta. Adoro jogar mas tenho sempre em mim um residente que se recusa a apreciar o puro entretenimento, que pensa que o tempo está a ser esgotado em coisas inúteis. Mais em que é que jogar é mais ou menos inútil que escrever ou ler ou passear ou beber ou comer ou receber o salário ou defecar ou masturbar? É tudo o mesmo, passatempos que nos ocupam a cabeça até chegar a última morada da finitude. Pior ainda, são os pensamentos intermitentes entre as vozes cerebrais. Uma diz-me que realmente estou a perder tempo, outra diz que também preciso de descansar a cabeça. Para vozes silenciosas, fazem barulho a mais.

Joguei, não descansei enquanto não passei o Vampire Survivors. É um roguelike action RPG bastante simples, com progressão entre runs. O jogo é grátis, na sua versão web, porém tem uma versão com mais conteúdos por dois euros e pouco no Steam. Só precisamos de mexer o personagem para apanhar as gemas que dão experiência para evoluirmos o nosso personagem e desviarmo-nos dos inimigos. Evoluímos de nível, escolhemos armas e upgrades e tentamos sobreviver o maior tempo possível. Se aguentarmos meia hora, vencemos. É isto, simples e viciante. A quantidade de monstros vai aumentando cada vez mais e quando damos conta somos um deus da destruição numa festa interdita a epilépticos. Não consigo explicar melhor porque é que uma jogabilidade tão simples é tão viciante. Não experimentem. Comecei a jogar, lá para as 11 da noite, só para experimentar e quando dei conta eram quatro da manhã. Terrível. Depois fiz o que qualquer dependente deve fazer, partilhar com os amigos para eles ficarem tão hooked como eu. É, tenho um problema.

Por outro lado, sinto que estava a precisar de limpar a cabeça. Deu para ouvir podcasts quando jogava e relaxar. E hoje, decidi experimentar o Pokémon Legends: Arceus. Algo novo numa série estanque no tempo. Sei que estou a gostar porque estou a fazer todas as sidequests. Mais sobre isto nos próximos dias.

 

04 de Fevereiro, 2022

Cai Neve: Comparação de genitália com bens alimentares.

Bruno Gouveia

Já repararam que a vulva de uma cadela é igual a uma cebola pérola? Nem sabia que se chamava pérola. Mas são aquelas cebolas que ficam mesmo bem nos assados. Assim pequeninas e tal. Caramelizadas são bem docinhas. Gosto.

Não tenho muito mais a dizer em relação a este tema. Hm… Posso falar de tipos de chinelos.

O chinelo de dedo. É só a mim que acontece estar sempre a estragar os penduricalhos dos chinelos? Não tenho um par que passe de um ano para o outro. E acabo sempre por comprar uns novos no ano seguinte. Sempre que procuro dos outros, aqueles que têm uma banda por cima, nem sei como se chamam, nunca há. Desconfio que existe o lobby dos chinelos de dedo. As lojas perto da praia nunca têm chinelos de outros tipos. Isto perpetua um ciclo de obsolescência programada dos chinelos de dedo. Andam a preocupar-se com as lâmpadas e eletrodomésticos mas a indústria do calçado passa impune ao escrutínio.


E talvez este mal se estenda a outro tipo de calçado. Os pantufos. Quantos deles continuam a agarrar-se ao calcanhar passado um ano? Poucos ou nenhuns. Passam rapidamente de pantufos a chinelos de quarto. Tudo bem se não tiverem escadas em casa, agora experimentem levar um assado de um andar para outro com pantufos que não agarram ao calcanhar.

03 de Fevereiro, 2022

Cai Neve: O feijão como indicador de personalidade

Bruno Gouveia

Aqui fica o guião do primeiro episódio do meu podcast, Cai Neve. Se gostaram, façam follow e dêem review no spotify. Obrigado!

Qual é o vosso feijão preferido? Nunca pensaram nisso, aposto. O feijão que cada pessoa elege como seu favorito diz muito sobre a sua personalidade. E isto está estudado. É ainda mais certeiro que aquele teste da pomba, da coruja, da águia e do papagaio. Há mais do que 4 tipos de feijões diferentes, só por aí já dá para ver que este teste é muito mais legítimo.

Temos o feijão branco, feijão frade (dentro deste, existem também dois subgrupos: o feijão frade arroz e o feijão frade cara verde), feijão catarino, feijão encarnado (ou vermelho), feijão manteiga, feijão papo de rola e o feijão preto. Ah, já me ia esquecendo do feijão verde. Mas quem escolhe o feijão verde nem merece ter personalidade.

Eu, por exemplo, sou muito apreciador do feijão frade. Logo por aí consigo desenhar um perfil psicológico detalhado.

Uma pessoa do signo, perdão, da personalidade feijão frade caracteriza-se por:

- Ser um pensador abstrato;

- Ter mente aberta;

- Ser objetivo;

- Ser tímido;

- Ser insensível;

- Ser condescendente;

- Colocar bolachas belgas inteiras na boca.

Muitos de vocês devem estar a pensar que estas classificações são redutoras. Pois bem, a ciência não pára e já estão a ser preparadas iterações sobre isto. Está atualmente em ensaios clínicos a definição de personalidade com base em toda a família das Fabaceae, o que permite um espectro ainda maior de categorias. As pessoas que se identificam mais com favas, ervilhas, grão de bico ou, no limite, com o tremoço, vão, finalmente, estar representadas.

Enquanto essa evolução não sai, deixo-vos o desafio de encontrar o vosso feijão favorito. Contactem-me nas redes sociais e farei os possíveis para vos ajudar a deslindar a vossa personalidade.

 

02 de Fevereiro, 2022

Ucrânia e Boba Fett

Bruno Gouveia

Hoje o dia deu-se mais a estudar um pouco sobre o iminente conflito na Ucrânia. Não tenho ainda opiniões muito formadas sobre o assunto. Percebo as inseguranças do senhor Putin mas não conseguia discordar mais dos meios que quer usar para atingir os seus objetivos. Ele é daqueles senhores que vê na força e na autoridade a forma mais imediata de conseguir o que quer e isso não é muito compatível com o pensamento democrático.

Mas o que me levou hoje a saltar para este rabbit-hole foi um artigo no Vice sobre a Zepla, uma streamer de Final Fantasy XIV (jogo que aprecio muito). Já a conhecia e os seus relatos, tanto no artigo como num vídeo em que ela fala sobre o assunto, fizeram-me perceber melhor o que a população que vive na Ucrânia está a passar, mais do que qualquer reportagem noticiosa. 

Isto levou-me a um vídeo do Caspian Report que explica os possíveis planos da invasão Russa na Ucrânia. Recomendo.

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SPOILER ALERT episódio 6 de Book of Boba Fett!

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Indo ao entretenimento, hoje saiu o sexto episódio do Book of Boba Fett e, mais uma vez, foi bom. Suspeito que por quase não ter aparecido o Boba. É um sintoma que a série é má. Os melhores episódios são os que seguem a história do Mandalorian, como se pertencessem à terceira temporada.

Colocando isso de lado, tivemos o regresso de Cobb Vanth, o pistoleiro mais cool a aparecer no Mandalorian, num duelo incrível com Cad Bane. O Cad Bane apareceu em live action! Foi todo o fan service que eu pedia. O vulto dele ao fundo fez-me logo saltar da cadeira e a caracterização está impecavelmente fiel ao modelo 3D das séries de animação.

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A inclusão da Ashoka neste episódio, já não apreciei tanto. Não serviu para grande coisa sem ser servir de porteira para o Mando. Começam a ficar superlotados estes episódios, com tantos personagens importantes que diluem o entusiasmo.

 

O Luke Deepfake, não sei bem o que pensar. Por um lado, a tecnologia está bem melhor, ainda bem que contrataram o gajo que fez um deepfake melhor que os efeitos especiais. Por outro, a representação foi gélida, sem emoção. Uma cena semelhante, no Empire Strikes Back, o treino do Luke com Yoda, tem muito mais impacto. E aqui estou a comparar o animatronic do Yoda com o deepfake do Luke, o boneco ganha a expressar sentimentos.

Agora é aguardar pela conclusão da série na próxima semana. Vou com poucas expectativas, visto incluir o personagem principal. Façam o que fizerem, não vão conseguir justificar terem feito uma série focada no Boba, isto deveria ter sido a continuação do Mandolorian. Alguém que vá assistir ao Book of Boba Fett no vácuo não vai conseguir tirar partido sem conhecer o resto da história. Talvez seja esse o objectivo, mas parece-me um pouco síndrome de Iron Man 2.

01 de Fevereiro, 2022

Coração de porco

Bruno Gouveia

Está muito bem organizado, sim senhor. Ligam-me às 12.40, do Centro de Vacinação da Maia, a dizer que já têm vacina da Moderna, para passar lá até às 14. Quando lá fui no domingo, na hora do meu agendamento, não tinham vacinas e disseram que me ligariam entretanto para agendar uma nova data. Agora, ligam-me para ir lá a correr. Que desorganização. Nem sequer podia ir lá, estou sem carro.  É uma falta de respeito marcar em cima da hora. Vou tentar agendar noutro centro e esperar que se organizem melhor. O estranho é que não se fala disto na comunicação social. Andam a esconder bem a falta de vacinas no país.

 

Passando ao tema da paternidade, as últimas noites não têm sido fáceis. O moço passa o dia a comer e a dormir sem problemas de maior. Chega a noite e revela-se o maior rabugento da casa, conseguindo destronar-me do primeiro lugar do pódio. As cólicas e desconforto dão para atacar quando mais precisamos de descansar. Durante o dia fico afectado, não consigo ter uma rotina e ou ando irritadiço ou sonolento, sem vontade para nada além de tirar sestas no sofá. A mãe hoje foi a uma sessão de ajuda às amamentação e veio de lá com dicas para massagens para o ajudar a estar mais confortável. Isto é uma das coisas que temos de louvar ao sistema nacional de saúde. Até agora toda a gente tem sido impecável connosco, dando imenso suporte, sessões de preparação e workshops. Tudo de graça. Não consigo compreender os liberais que querem entregar isto aos privados, a saúde tem de ser pública e de qualidade, é uma das bases da sociedade.

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Para fechar o diário de hoje, lembram-se daquele senhor que teve um transplante de coração de um porco? Quantas pessoas é que lhe devem ligar a perguntar:

- Tem coração de porco?

- Tenho sim.

- Então ronque.

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