Cai Neve: O Homem-Vagina
Sabem quando numa conversa de grupo, alguém diz olá, o resto da malta cumprimenta e depois não se diz mais nada? Aconteceu-me no outro dia. Para quebrar o gelo decidi inventar um super-herói: o homem-vagina. Só para ser controverso.
É um super-herói que se veste com um fato e um capuz com folhos. O capuz tem uma bola vermelha na ponta que imita o clitóris. Um instrumento tecnologicamente avançado e muito sensível que vibra com qualquer alteração de pressão atmosférica, dando-lhe a capacidade de antever os movimentos dos adversários. É um spider-sense ao fim de contas.
O super-poder do homem-vagina é ser elástico e assim conseguir "engolir" os seus inimigos. Tem a capacidade de produzir fluidos ácidos, cuspindo-os à distância ou usando-os para desfazer os inimigos que engole. Pode também, em certas alturas do mês, como os lobisomens, ter outras características que impulsionam as suas capacidades.
Para financiar a sua actividade de vigilante, o homem-vagina faz anúncios para uma empresa de produtos de higiene feminina.
Os meus amigos pediram-me uma origin story e eu, para não ter de pensar numa e poder desculpar-me com o argumento de subverter expectativas (como faziam o David Benioff e o Dan Weiss, os produtores executivos de Game of Thrones), não criei nenhuma. O homem-vagina existe desde sempre, é uma constante do universo. Esta ninguém esperava.
Fica-me a faltar um bom vilão. Tendo isso, posso partir para criar o meu universo cinematográfico e ser finalmente um concorrente da Marvel, já que a DC não consegue acompanhar. Vamos lá ver o que fazem no novo Batman, parece ter bom aspecto.
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