Para onde ir?
Sei lá. Tinha este título escrito há bué, man. Já não me recordo de que é que estava a falar. Entre vinho e vinhete, vinagre e vinagrete, estou oficialmente tocado. Não sei para que estou a escrever, de nada serve. Vou morrer e vou. Ninguém me aprecia. Nada do que escrevo é ouro. Nem para mim. Preciso de algum tipo de validação. Isso e de trocar de teclado, que este para escrever é doloroso. Vou trocar um dia destes. O problema é que o outro tem o cabo curto. Antes ter cabo curto que não ter cabo. Eia que javardo.
Vou contar uma história. Levemente baseada num sonho que tive hoje. Ia um gajo a passear por telhados altos, a saltar de prédio em prédio. Lá em baixo gritava o seu ex-futuro sogro, a querer que ele descesse para lhe afinfar umas reguadas nos queixos. Apanhou-o a masturbar a filha dele. E pior que isso, a masturbar-se a si próprio enquanto o fazia. Que merda.
O garoto lá conseguiu fugir por entre os telhados e refugiar-se na casa de alguém que tinha a janela destrancada. Ele até se sentiu mal, em pleno inverno abrir uma janela e arrefecer o apartamento. Mas era necessário. Assim o fez. Entrou para um apartamento desconhecido e escondeu-se numa das casas de banho. Ninguém o viu nem ouviu, mas ele conseguia perceber movimentos e ouvir vozes. Escutou um senhor a falar ao telemóvel. Dizia que queria cancelar o serviço de internet imediatamente. Isto não dava jeito nenhum ao gajo que se escondia ali, esperar que o dono saísse de casa sem internet para ir ao insta era uma merda. Os dados móveis já tinham ido todos quando se esqueceu que tinha o wi-fi desligado quando via serviços de streaming.
Isto passou-se. Era Páscoa e estava um dia bom. Nem frio nem chuva. Estava bonzinho. Jesus Cristo lá ressuscitava mais uma vez e aborrecia-se. Normal né? Todos os anos a ressuscitar e ter de empurrar ganda pedra pesada e dura que nem cornos. Até eu me chateava, mas eu não sou uma divindade religiosa.
Já me passou. Acabei de ler o estrangeiro do Camus. Só para ficar registado, não interessa o que vivemos. Não interessa se temos moral ou ética, se somos novos ou velhos. Vivemos só o presente e dele não conseguimos escapar. Nada nos salva. É triste ter esta realização. Mas pronto, que venha o orgasmo.