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Candonga

Mercado negro de ideias da minha cabeça.

Candonga

Mercado negro de ideias da minha cabeça.

25 de Dezembro, 2021

Para onde ir?

Bruno Gouveia

Sei lá. Tinha este título escrito há bué, man. Já não me recordo de que é que estava a falar. Entre vinho e vinhete, vinagre e vinagrete, estou oficialmente tocado. Não sei para que estou a escrever, de nada serve. Vou morrer e vou. Ninguém me aprecia. Nada do que escrevo é ouro. Nem para mim. Preciso de algum tipo de validação. Isso e de trocar de teclado, que este para escrever é doloroso. Vou trocar um dia destes. O problema é que o outro tem o cabo curto. Antes ter cabo curto que não ter cabo. Eia que javardo.

Vou contar uma história. Levemente baseada num sonho que tive hoje. Ia um gajo a passear por telhados altos, a saltar de prédio em prédio. Lá em baixo gritava o seu ex-futuro sogro, a querer que ele descesse para lhe afinfar umas reguadas nos queixos. Apanhou-o a masturbar a filha dele. E pior que isso, a masturbar-se a si próprio enquanto o fazia. Que merda.

O garoto lá conseguiu fugir por entre os telhados e refugiar-se na casa de alguém que tinha a janela destrancada. Ele até se sentiu mal, em pleno inverno abrir uma janela e arrefecer o apartamento. Mas era necessário. Assim o fez. Entrou para um apartamento desconhecido e escondeu-se numa das casas de banho. Ninguém o viu nem ouviu, mas ele conseguia perceber movimentos e ouvir vozes. Escutou um senhor a falar ao telemóvel. Dizia que queria cancelar o serviço de internet imediatamente. Isto não dava jeito nenhum ao gajo que se escondia ali, esperar que o dono saísse de casa sem internet para ir ao insta era uma merda. Os dados móveis já tinham ido todos quando se esqueceu que tinha o wi-fi desligado quando via serviços de streaming.

Isto passou-se. Era Páscoa e estava um dia bom. Nem frio nem chuva. Estava bonzinho. Jesus Cristo lá ressuscitava mais uma vez e aborrecia-se. Normal né? Todos os anos a ressuscitar e ter de empurrar ganda pedra pesada e dura que nem cornos. Até eu me chateava, mas eu não sou uma divindade religiosa.

Já me passou. Acabei de ler o estrangeiro do Camus. Só para ficar registado, não interessa o que vivemos. Não interessa se temos moral ou ética, se somos novos ou velhos. Vivemos só o presente e dele não conseguimos escapar. Nada nos salva. É triste ter esta realização. Mas pronto, que venha o orgasmo.