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Candonga

Mercado negro de ideias da minha cabeça.

Candonga

Mercado negro de ideias da minha cabeça.

03 de Dezembro, 2021

Voltar ao automatismo

Bruno Gouveia

Sobe a garra e desce o queixo

Para o vale da imensidão

Retorna a paz e o farejo

Vai tudo de mão em mão

 

De repente vem o bilhete

Do jogo que não acabou

Espero que venha a felicitar

O estômago do vagabundo

Que passa por aí a vaguear

 

Se de repente me trago

A seduzir uma baleia

Finalmente me vou embora

E levo a camisa ao peito

 

Por onde me hei de levar

Senão por uma rua de Paris

Chego ao canto e assobio

Dou a volta e com pouco pio

Vejo ao longe a fonte bela

Com moedas atiradas

Que pintam no fundo uma tela

Tão estendida como funda

Tão vantajosa como inútil

No peito de quem sonha

 

Isto não é nada. Rascunhos sem vocação. Estou tão aborrecido que não consigo ver como saio desta. Eu tenho vontade e esforço-me mas nunca é suficiente. Só me apetece fechar a porta com força à minha vontade de encontrar sentido. Talvez só valha a pena sobreviver e ser um animal reprodutor. Almejo grandes viagens e um propósito maior mas acho que tenho de aprender que tal objectivo é idiota. Posso gostar de muita coisa mas não tenho perseverança para o conseguir. Pelo menos por agora. Mas nas próximas três semanas vou aguentar. Pode ser doloroso e no fim olhar para trás e parecer que foi incrível, tal viagem pela Europa.

Será que aqui é um bom sítio para começar a explorar personagens? É um sítio tão bom como outro qualquer e aqui não tenho a pressão de começar um trabalho formalmente. Vamos então. 

Para personagem principal quero alguém que a audiência se possa rever nele. Uma história de peixe fora d' água. Um miúdo que sai do secundário e vai para outra cidade estudar. Cheio de medo e ansiedades. Alguém que não se conseguiu encontrar até então e que vai ter nesta nova experiência a oportunidade de se revelar e crescer. Vem com alguma bagagem do secundário, nomeadamente uma namorada, a sua “highschool darling”, e alguns amigos de infância que o visitam algumas vezes. No fundo é um nerd e adora videojogos mas tenta parecer ao olhos dos outros um gajo que adora rock e apoia-se no colega de casa para ir desenvolvendo essa parte.

Um à parte: Esses amigos são pessoas que não tiveram ou a oportunidade ou a vontade para seguir os estudos fora da cidade natal e que vêem nele uma janela para uma vida universitária mais aventureira. Aqui pode haver a possibilidade de no fim dos episódios o personagem principal se encontrar num bar na cidade natal, junto aos seus amigos locais, a contar as histórias que se passaram naquela semana. Será que isso pode ser o conceito do programa? Histórias de alguém que foi para fora a serem contadas aos amigos? Isto justifica os exageros e embelezamentos naturais da coisa. Pode também ser uma justificação para o “unreliable narrator”. A audiência pode ficar sempre na dúvida se tal coisa aconteceu ou não. Hm… Não sei se funciona. Fica a ideia mas voltando a descrever personagens…

Outro personagem importante é o colega de casa. Poderá haver mais colegas de casa, mas este será o mais importante. Este será muito baseado no Guillaume. Alguém que não quer saber das aulas nem das notas, que já está na faculdade há anos, toca guitarra, é um rockeiro e tem comportamentos aleatórios.

Outros colegas de casa podem ir e voltando. Ideias:

  • Alguém que só dura um dia e vai embora porque o Guilherme (possível nome) lhe põe o telemóvel na massa por ele estar sempre às mensagens com a namorada;
  • Um gajo (inspirado no Domingos) que sempre que volta bêbedo para casa traz consigo material rodoviário. Ou sinais de trânsito (com o poste ainda agarrado que causam dificuldade de movimentos na sala), redes de obras (por qual declara paixão);
  • O rei da massa, um estudante estranho que raramente sai do quarto mas que tem um altar de massa e apenas come isso. Anda sempre de robe e é muito rabugento. Quando o principal e o Guilherme precisam de entrar com o sofá do lixo ele rejeita-se a ajudar.

O interesse amoroso do principal. A “girl next door” da história mas que nunca conseguem realmente ter uma relação por vários motivos. Não ir pelo lado do “Ross and Rachel”, mas deixar apenas no ar o interesse de um pelo outro mas depois o desinteresse pelo personagem principal de ter uma relação séria durante a faculdade, pois quer aproveitar.

Uma rapariga pela qual o principal se apaixona e não percebe que está a ser usado para fazer ciúmes ao ex-namorado, usando as redes sociais para o efeito. Chegam a andar durante um tempo, fazem sexo depois de um enterro mas depois disso apenas dormem juntos sem acontecer mais nada. Ela só quer que pareça que eles andam para colocar ciúmes.

Uma marrona que está sempre a meter veneno entre toda a gente e a querer tirar informações. Causa sempre mau estar entre os outros personagens. Vive com as outras duas.

“Bucha e estica”, o bucha pode ser inspirado no Tito, dois party animals que aparecem sempre bêbados ou drogados com ideias mirabolantes. Tentam levar o sofá do lixo para cima de um ar-condicionado.

Algumas memórias para episódios:

  • Destruição de um apartamento porque a senhoria levou as coisas.
  • Grupo de vândalos agridem e roubam estudantes. Guilherme passa ao lado porque vai dormir nas flores, um colega vai de propósito meter-se com os vândalos para ter atenção dos outros (será que isto encaixa numa série de comédia? É preciso encontrar o tom). Vândalos atiram pedras a autocarros da discoteca e o episódio é encoberto pela faculdade
  • Mafalda liga porque tem um sofá no lixo perto de casa dela. O principal e o Guilherme vão buscá-lo e têm uma grande aventura no caminho para casa.
  • Episódio em que os três rapazes que vivem na casa do principal ficam colados no megaman e perdem grande festa. Pode ser um episódio mais focado nas raparigas.
  • Enterro em que o principal e Guilherme mandam drogas e bebem demasiado. Principal abraça-se aos seguranças e vai para casa e envolve-se com uma lésbica.
  • O principal acorda com fumo a entrar pelo quarto, chega à sala e percebe que é o Guilherme a assar chouriças com benzina.

 

Começa a desenhar-se alguma coisa. Fica aqui no diário para pegar depois.